O beisebol é um dos esportes mais populares nos Estados Unidos, Japão e México. Já no Brasil, o esporte enfrenta dificuldade para se desenvolver e se popularizar. Entendendo essa necessidade, resolvi através dessa série de matérias abordar os principais pontos de um esporte tão rico e interessante.
Para entender um pouco mais sobre o beisebol, é necessário identificar primeiramente os tipos de arremessos existentes. Detectando um pitch, fica mais fácil visualizar as estratégias que envolvem cada lance em uma partida.
Se trata do fundamento primordial no esporte, sendo assim, o arremesso é o pontapé de cada "entrada". Em um paralelo com o futebol, o momento é comparado com uma penalidade máxima, levando em consideração a elevada tensão que envolve.
Sem mais delongas, vamos lá!
Foto: Brett Davis/USA TODAY Sports
Categorias principais:
Bolas rápidas/ Reta /fastball (85-100 mph): recurso mais utilizado no beisebol, é o arremesso mais simples, mas são os de maior velocidade. Geralmente são acionados quando o arremessador visa acertar a zona de strike com o máximo de precisão. No momento da ação, o pitcher desliza o dedo indicador e médio com a intenção de fazer o arremesso "esticar", tornando-o bem veloz.
Offspeed: são arremessos que buscam enganar o rebatedor com a perda de velocidade, ao final de sua trajetória;
Bolas de efeito (breaking ball): são arremessos com maior curvatura, que são empregados diferentes efeitos que fazem a bola “quebrar” seu movimento, alterando sua trajetória antes de chegar ao home plate.
1- Subcategorias de bolas rápidas:
Bola rápida de 4 costuras : A fastball de quatro costuras é o arremesso mais rápido e o mais utilizado, podendo ir além de 160 km/h. Tem esse nome, pela maneira em que o pitcher segura a bola, com os dedos apoiados em quatro pontos da sua costura. Neste arremesso, a bola parece se “esticar”, com uma leve subida ao final, para dar um último obstáculo ao rebatedor.
Bola rápida de 2 costuras (80-90 mph) : A fastball de duas costuras é um dos principais arremessos no beisebol. É razoavelmente mais lento que a de quatro costuras, mas conta com um intervalo de tempo para a personalização do pitcher, que caso prefira, pode fazer a bola variar um pouco mais em sua viagem. Foi muito utilizada por Greg Maddux para enganar seus adversários.
Cutter ou cut fastball (85-95 mph): Conhecida por quebrar tacos, seu maior utilizador foi Mariano Rivera. O nome descreve bem a armadilha que ela arma para o rebatedor, fazendo um “corte” na trajetória e guinando a bola para outra direção bem perto do final da viagem. Nesta técnica, o arremessador segura na bola, do mesmo modo de uma fastball, mudando o movimento apenas na hora de soltá-la.
Sinker : O sinker é um dos mais famosos arremessos no beisebol. O seu raciocínio é similar ao do cutter. A diferença é que, ao invés das variadas para os lados, a bola afunda no fim da trajetória, dificultando bastante a rebatida.
Splitter (80-90 mph): Dá para dizer que a splitter é uma variação da sinker. A diferença técnica está no maior afeito aplicado na bola, que gira muito mais. A diferença visual está na “agressividade” da queda, que acontece de maneira mais rápida e muitas faz a bola tocar o chão, podendo gerar um wild pitch. Este arremesso, portanto, é um dos mais arriscados.
2- Subcategorias de Offspeed:
Changeup (70-85 mph): Um das bolas mais lentas do beisebol, é fundamental no arsenal de um bom arremessador. Ao arremessar, a intenção é de que a changeup pareça uma bola rápida ao sair de sua mão, porém com uma velocidade de 10 milhas a menos que uma fastball.
Circle change (70-80 mph): Variação da changeup em que o pitcher, ao invés de apoiar o polegar junto ao dedo mínimo, o posiciona junto ao indicador, formando um círculo na lateral da bola. Devido a tal distribuição, a bola, além de sair com menor velocidade, faz um movimento lateral e descendente para o lado da mão de arremesso (direita para destros, esquerda para canhotos) antes de chegar ao home plate.
3- Subcategorias de Bolas de Efeito (Breaking Ball):
Decisiva nas contagens (duelos entre arremessadores e rebatedores), as bolas de efeito são mais lentas, porém também são um dos recursos que mais elimina rebatedores, oferecendo um elevado nível de dificuldade.
Curveball ou Bola de Curva: O pitcher coloca os dedos indicador e médio sobre a mesma costura, enquanto apoia a bola sobre os dedos restantes. No momento do lançamento, rotaciona o pulso e o antebraço. Ao fazer tal movimento, o arremesso sai com menor velocidade, perde altura de forma gradual em sua trajetória até o home plate e, em proporções menores, tem movimento lateral.
Slider (80-90 mph): O grip é semelhante ao de uma two-seam fastball, com a diferença de que no momento do arremesso se coloca mais pressão na bola e o polegar “rola” para cima. Com isso, uma slider ganha muita rotação lateral, fazendo com que o arremesso corra em direção da mão oposta do pitcher (esquerda para destros, direita para canhotos), semelhante à cutter, com menor velocidade.
Eephus: Raramente visto, o Eephus é o arremesso mais lento do esporte, sendo uma bola lançada com mais altitude. Ao atingir o topo de sua parábola, cai drasticamente, buscando cruzar o home plate dentro da zona de strike. É utilizado como elemento surpresa, pois seu grau de dificuldade é menor, para um rebatedor profissional. Por se tratar de um movimento raro e curioso, deixo um exemplo do Eephus:
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