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Foto do escritorIvan Pignatari Jr

A corrida pela Seleção

Quem vai suceder Tite no comando do Brasil?



Tite na beira do gramado no amistoso contra a Tunísia

Foto: Lucas Figueiredo/CBF



Em Novembro, tem Copa do Mundo. O Hexa virá? Não sei. Que o Brasil é um dos favoritos, isso é indiscutível, mas futebol é imprevisível, tudo pode acontecer. Porém, independentemente do resultado, é preciso pensar no futuro, pensar também em 2026, em quem vai comandar a Seleção no ciclo para a Copa da América do Norte.


Tite já disse que deixará a Seleção após a Copa do Catar. Sua intenção é ir para o futebol europeu. Logo, é necessário que já se planeje o substituto dele. E a pergunta é: quem?


Ao contrário do que era quando Tite assumiu, lá em 2016, não existe um favorito claro, um consenso. As discussões não são só sobre os nomes, mas também sobre a possibilidade de um estrangeiro. O próprio Tite diz querer um brasileiro assumindo seu lugar, mas não é possível cravar o que vem para 2023.



Abel Ferreira


Abel é Bicampeão da América e está em vias de vencer o Brasileirão com o Palmeiras

Foto: César Greco/Palmeiras


Talvez a maior incógnita nessa disputa seja Abel Ferreira. Indiscutivelmente, o melhor trabalho de um técnico no nosso país nesse início de década. Dois títulos de Libertadores, chegou na semifinal da atual edição, título na Copa do Brasil, duas finais de Paulistão vencendo uma e em vias de ganhar o Brasileirão.


O trabalho do português no comando do Palmeiras é quase impecável e credencia ele para ser o principal candidato ao cargo, mas há alguns empecilhos para isso.


Além do desejo de Tite e boa parte da torcida para que a Seleção siga sendo treinada por brasileiros, as declarações do próprio Abel dão a entender que ele não aceitaria uma eventual proposta, até pelo seu comportamento com a imprensa passam a impressão de que ele não assumiria o desafio seleção.


Caso ele esteja disposto a aceitar um convite da CBF, ele se torna favorito. A incógnita é justamente pelas dúvidas em cima da vontade dele.



Rogério Ceni

Rogério reergueu o Fortaleza e venceu o Brasileirão no Flamengo Foto: Rubens Chiri/São Paulo


Um que é lembrado sempre nessa discussão, mas nunca é o favorito de ninguém, é Rogério Ceni.


Com um trabalho espetacular no Fortaleza e um título Brasileiro no Flamengo, Rogério voltou ao São Paulo e vem fazendo o que o elenco lhe permite. Chegou em final de Sul-americana e de Paulistão, semifinal de Copa do Brasil, mas não vem bem no Brasileiro, muito pelo foco ter ficado muito tempo nos mata-matas.


Tirando a primeira passagem no Tricolor e o curtíssimo período no Cruzeiro, Rogério fez bons trabalhos nos clubes onde esteve, mas é o suficiente para levá-lo à Seleção?


É um dos melhores técnicos do país e tem potencial para chegar na Seleção, isso são fatos, mas ele já mostrou o suficiente para receber tal chance?



Fernando Diniz

Diniz faz um bom trabalho no Fluminense, mas segue em busca de um título

Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense


Outro que podemos questionar se já fez o suficiente para receber tal chance é Fernando Diniz. O "Marca", da Espanha, chegou a noticiar que a CBF fez contatos pelo técnico do Fluminense.


Como Diniz carrega o rótulo de "ame ou odeie", a noticia causou revolta em muitas pessoas, mas outras muitas consideram uma lembrança justa.


Confesso não entender o ódio que muitos tem, mas assim como Rogério, Diniz talvez não tenha trabalho e resultados suficientes para ser escolhido.


Após vários bons trabalhos no interior de São Paulo, vencendo duas Copas Paulistas, uma Série A3 e chegando numa final estadual com o modesto Audax, Diniz começou a receber chances em times grandes, onde sempre oscilou. Fez trabalhos ruins no Furacão, no Santos e no Vasco, um bom trabalho no São Paulo onde quase ganhou o Brasileirão com um elenco de qualidade questionável e tem feito um bom Brasileirão com o Fluminense. Mas fica a questão: e os títulos?


Um treinador não pode ser avaliado como bom ou ruim apenas pelos seus títulos (ou falta deles), pois estamos falando de um esporte coletivo e nenhum profissional que integra ele pode ser avaliado individualmente por suas conquistas coletivas.


Isto posto, Diniz pode até ser uma boa opção para a Seleção no futuro, mas hoje não é, ou pelo menos, não pode ser a primeira. Não pelos títulos que lhe faltam, mas sim pelos trabalhos duradouros. Até se mostrou capaz de extrair muito de times limitados, mas foram curtos períodos, tanto no São Paulo, quanto agora no Fluminense.



Dorival Júnior

Dorival está bem em 2022, mas há tempos não fazia um bons trabalhos

Foto: Marcelo Cortes/Flamengo


E assim como Diniz, outro que entrou recentemente na discussão foi o cara que está no outro lado do Fla-Flu, Dorival Júnior.


Dorival tem feito um grande 2022. Fez uma excelente campanha com o Ceará na Sula, fechando a fase de grupos com 6 vitórias em 6 jogos, e está fazendo um bom trabalho no Flamengo, chegando nas finas da Copa do Brasil e da Sul-americana.


Porém, apesar de Dorival não ter a cobrança por títulos que o Diniz tem, ele carece de bons trabalhos recentes.


O grande título de sua carreira foi a Copa do Brasil de 2010 com o Santos de Neymar. Depois disso, os únicos trabalhos de destaque que ele teve foram no Inter, vencendo a Recopa de 2011, e no próprio Santos, vencendo os Paulistas de 2015 e 2016.


Fora isso, vários trabalhos como "bombeiro", sendo chamado para livrar grandes times do rebaixamento. Conseguiu com Galo 2010 e Palmeiras 2014. Falhou no Vasco e no Fluminense (rebaixado em campo e resgatado no tribunal) ambos em 2013.


Antes de chegar no Ceará, Dorival estava há quase dois anos parado depois de um trabalho ruim no Furacão, time que assumiu quando estava há um ano parado depois de uma passagem mediana pelo próprio Flamengo.


Em resumo, os três técnicos brasileiros mais especulados para suceder Tite carregam dúvidas sobre eles. Fazem bons trabalhos, mas será que são o suficiente para merecerem chances na Seleção? Ou outro especulado não deixa dúvidas por resultado, mas sim por sua nacionalidade e seu temperamento.


Logo, é possível afirmar que poucas coisas no futebol são tão nebulosas quanto o próximo treinador da Seleção.


E aí? Quem será o próximo? Será que alguém novo vai aparecer na disputa? Será um dos quatro citados mesmo? Quem vai comandar o Brasil rumo à Copa do Mundo de 2026?

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