Está na hora de voltar a brilhar, Botafogo
Foto: Vitor Silva/Botafogo
Já passou da hora, Botafogo, né? Já passou da hora de sua estrela solitária voltar a brilhar. Já passou da hora de você, Botafogo, voltar a ser destaque no cenário brasileiro. Tu és o Glorioso, não podes perder, perder para ninguém, mas não tem sido assim nos últimos, bem, 27 anos.
Em 1995, foi a última vez que você conquistou o Brasil, apenas pela segunda vez na sua história. Chega a ser um crime uma das instituições mais importantes do nosso futebol ter apenas alguns campeonatos estaduais e duas conquistas da Série B em quase três décadas.
Uma instituição que já teve na sua história Garrincha, Carlos Alberto Torres, Nilton Santos, Didi, Túlio Maravilha, Bebeto, Seedorf e tantas outras estrelas, não pode ter a sua própria estrela solitária apagada por tanto tempo, se contentando com cariocas enquanto vê seus rivais celebrando títulos nacionais e disputando Libertadores.
Mas é em um dos momentos mais difíceis de sua existência, onde era incerto até se o clube conseguiria se manter ativo, que veio a notícia da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) e a chegada de John Textor.
John Textor, "dono" do Botafogo
Foto: Vitor Silva/Botafogo
Há muitos que criticam movimentos de compra de clubes e dizendo que torcedores se iludem fácil com a questão da SAF, achando que tudo vai, magicamente, melhorar em seus clubes só pela implementação da SAF. Respeito quem pensa isso, mas vou pedir uma coisa: não venha apontar o dedo para o botafoguense.
O torcedor botafoguense viveu tantos momentos tristes nos últimos anos, vendo o clube administrado por amadores que pareciam ter a missão de arruinar uma das instituições mais importantes do futebol mundial, que eu acho impossível, e até injusto, não ter o mínimo de empolgação com uma luz de esperança que surge para ele.
Sem querer colocar Textor em uma posição de herói, pois essa não é a intenção dessa coluna, o americano chega com o objetivo de tornar o Botafogo competitivo novamente, mas também com muito pé no chão.
Até agora, o Botafogo mostra um planejamento claro para suas contratações: nada megalomaníaco, nada de já tentar vários nomes ultra badalados no cenário mundial, mas sim buscar jogadores que possam tornar esse time, de fato, competitivo, mas ao mesmo tempo, buscam estruturar um time no longo prazo. O grande exemplo? Patrick de Paula.
Patrick de Paula (acima, à direita), maior contratação da história do Glorioso
Foto: Vitor Silva/Botafogo
Patrick de Paula, que no passado deixou o Fogão ainda na base pelos problemas financeiros que o clube enfrentava, será a contratação mais cara da história do clube, custando 6 milhões de euros aos cofres alvinegros. O jovem de 22 anos chegará pelo valor de uma estrela, mas é um exemplo de contratação feita com planejamento: pode agregar muito, tecnicamente falando, além do seu gigante potencial de revenda.
Além dele, chegam os já mais experientes Renzo Saravia, Lucas Piazon e Philipe Sampaio, tendo o último já estreado contra o Fluminense. Todos oportunidades de mercado que combinam com o que o Botafogo busca nesse início da "Era Textor". Sem falar na expectativa para a chegada do treinador português, Luís Castro, que tem experiência de muitos anos trabalhando na base do Porto e o bom trabalho no Shakhtar.
O torcedor não esconde a empolgação, a esperança por dias melhores, e nem tem que esconder mesmo. Já chega de passar vergonha. Já chega de sofrer com vexames seus e conquistas dos rivais. Já chega de comemorar 45 pontos como se fosse um título. O Botafogo é grande demais para isso. O torcedor do Botafogo não merece isso.
Está na hora do botafoguense voltar a sorrir!
Foto: Vitor Silva/Botafogo
É difícil imaginar uma taça já em 2022? Sim, bem difícil, mas o botafoguense, finalmente, consegue olhar com otimismo para o futuro. Finalmente, é possível traçar um futuro positivo para o Botafogo sendo realista.
Que as expectativas se cumpram, que Textor faça um bom trabalho, que Luís Castro chegue e construa esse time competitivo, que Patrick de Paula chegue e jogue muito, que o torcedor volte a sorrir. Que a estrela solitária volte a brilhar!
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