Nesta segunda-feira (12), o Denver Nuggets ganhou o primeiro título da NBA, após mais de 40 anos de história. Após vencer o Jogo 5 contra o Miami Heat, por 94 a 89, dentro de sua própria casa, eles se consagraram como uma franquia que apostou na construção à longo prazo do time, no coletivismo e, principalmente, no desenvolvimento improvável de Nikola Jokic em uma superestrela da liga.
Embora, nos últimos anos os Nuggets tenham feito sucesso com campanhas no topo da temporada regular, na final da Conferência Oeste e a transformação de Jokic em MVP. A franquia do Colorado construiu isso do zero após ter perdido seu astro Carmelo Anthony, em 2011. Apesar de terem tido temporadas decentes após a saída de Anthony, a equipe não conseguiu decolar mais longe que o primeiro round dos playoffs. Por isso, houve um movimento de reconstrução.
Em 2014, ocorreu o primeiro passo com o draft de Nikola Jokic, na 41° posição da segunda rodada. Não havia muitas expectativas para o sérvio, visto que o camiaa 15 chegou um pouco fora de forma e muitos analistas apontavam que apesar da sua ampla visão de jogo e habilidade de passar a bola ele não deveria ter uma carreira muito proeminente na NBA. Quem diria que além de conquistar o anel, Jokic seria bicampeão do prêmio de MVP. No Draft 2016, o Denver escolheu o ala-armador Jamal Murray, na sétima posição e, com o tempo, ambos criaram uma química a ponto de torná-los uma das melhores duplas da liga. Para completar, eles selecionaram o ala Michael Porter Jr., no Draft 2018, assim seria o suficiente para eles retornarem aos playoffs.
O Denver Nuggets começou a sentir o seu potencial, sob os comandos técnicos de Michael Malone, desde 2015, eles apoiaram o pilar do seu jogo sobre esse trio de jogadores. Jokic era responsável por estabelecer a dinâmica em quadra, por meio da genialidade de seus passes inusitados, enquanto Murray e Porter Jr. exerceriam os papéis de pontuadores. A estratégia deu certo, logo na temporada 2019-2020, eles derrotaram o Los Angeles Clippers em uma virada de 3 a 1, na “bolha da NBA”, e chegaram nas finais da conferência perdendo para os Lakers.
Nas temporadas seguintes, Nikola Jokic havia finalmente sido premiado com dois prêmios de MVP, marcando fantásticos recordes de triplo-duplos e tendo performances impressionantes. No entanto, a equipe não obteve os resultados esperados já que Murray e Porter Jr. ficaram afastados durante um bom tempo por conta de lesões físicas, levando a equipe a ser eliminada precocemente nas pós-temporadas.
A diretoria do Denver observou a necessidade de contratar reforços para fortalecer a volta do núcleo construído. Sendo assim, chegaram Kentavious Caldwell-Pope, Bruce Brown, Jeff Green, DeAndre Jordan e Aaron Gordon (esse chegou via troca na trade deadline em 2021).
Dessa forma, o Nuggets pode se apoiar livremente em seu ponto forte: o jogo coletivo. O coletivismo tático dificultou com que os adversários parassem seus ataques de transição, ainda mais com um elenco de alto calibre. A forma como eles jogam relembra um pouco o multicampeão San Antonio Spurs, de Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginobili. Foi assim que eles conseguiram bater o Phoenix Suns, de Kevin Durant e Devin Booker, e em seguida varrido na final de conferência o Los Angeles Lakers, em uma revanche de 2020, e, por fim, eliminando o Miami Heat, comandado por Jimmy Butler.
O primeiro título do Denver Nuggets mostra a longa trajetória para a franquia se consagrar e a importância de um jogo coletivo, mesmo com um astro em quadra. Ainda com um time jovem e bastante experiente, o Nuggets parece ter encontrado a fórmula do sucesso e tem um futuro promissor e competitivo nas próximas temporadas.
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