Foto: Agência Corinthians Sylvinho. Foi um grande lateral esquerdo, teve uma boa carreira como auxiliar-técnico. Foi auxiliar de Tite, Vagner Mancini, Roberto Mancini, Até virar treinador em 2019. Seu primeiro trabalho como técnico foi no Lyon e não deu certo: 11 jogos e demissão anunciada logo no início da temporada. Desde então, foram quase dois anos sem trabalhar até que veio o Corinthians. Corinthians. Gigante brasileiro, último não-europeu a ser campeão do Mundo. Após o tricampeonato paulista de 17, 18 e 19, nunca mais conseguiu competir com os times mais fortes do país, vendo o rival Palmeiras chegar no topo do continente. Tentou mudar sua filosofia com Tiago Nunes, fracassou, apostou no nada badalado Vagner Mancini, fracassou, para o lugar do segundo, tentou Renato Gaúcho e Diego Aguirre, mas ambos disseram não. Logo, chegou Sylvinho. No momento que Sylvinho chega ao clube paulista, o prognostico era o pior possível: um elenco de garotos recém-chegados ao profissional e veteranos em baixa, que havia terminado em 12° no campeonato anterior, sido eliminado de forma vexatória na Copa Sul-americana e no Paulistão, entrou no Brasileirão 2021 com o torcedor focando nos 45! Fazer uma Série A sem sofrer sustos seria o suficiente para o corinthiano. O time de Sylvinho nunca empolgou, mas tinha pontos positivos: a solidez defensiva, marca registrada do Corinthians da última década, foi recuperada, o ídolo Gil voltou a jogar bem, o time é um dos melhores visitantes do campeonato, o time voltou a ser competitivo nas mãos de Sylvinho. Porém, o time estagnou. Mesmo com semanas livres para trabalhar, não mostrou evolução nos jogos contra Galo, Cuiabá e Flamengo, sendo o último uma derrota de 3x1 com uma atuação patética. O movimento "Fora Sylvinho" que já existia desde o início da sua passagem pelo Corinthians, ganhou muita força, mas não seria justo que o treinador deixasse o cargo sem possibilidade de trabalhar com os reforços que estavam por chegar. Chegaram Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian. Apenas com Giuliano e Renato Augusto (este entrando só do meio para o final das partidas) o time já melhorou exponencialmente. Veio um empate com o Santos, na Vila, e uma sequência de três vitórias seguidas (Ceará, Furacão e Grêmio). Com a chegada ao G6, sem ao menos ter Roger Guedes e Willian em campo, aí sim o torcedor corinthiano tinha motivos de sobra para se empolgar. Porém, veio a frustração. O Corinthians teve a chance de entrar no G4, com os tropeços de Bragantino e Fortaleza, mas sofreu três empates, mesmo nas estreias de Roger Guedes e Willian. Sim, os atenuantes existem, os reforços ainda não estão na melhor forma física e ainda vão se entrosar, mas mesmo assim, há coisas que preocupam: - A insistência em Fábio Santos, mesmo tendo falhado em vários gols dos adversários - A insistência em Gabriel, mesmo ele sendo totalmente engolido pelos adversários, permitindo que eles dominem o Corinthians, mesmo jogando em casa (coisa que ficou clara nos empates com Juventude e América-MG) - A insistência em Jô, que pouco consegue contribuir com a bola rolando (sendo útil apenas no jogo aéreo, como fez o gol da vitória contra o Grêmio) - Giuliano ficar muito preso no meio campo, sem ter muita liberdade para atacar (coisa que ele mostrou saber fazer no jogo ante o América) - Deixar Roger Guedes e Willian muito presos nas pontas, raramente caindo para o meio Sim, este mesmo colunista defendeu Sylvinho recentemente, quando apontou o fato das criticas serem ao estilo de jogo e não a qualidade dele, mas o treinador precisa se ajudar também. Os reforços pouco vão ajudar se ele se agarrar tanto a suas convicções. Sábado é dia de Derby. Sempre um divisor de águas para os treinadores e jogadores envolvidos. Gabriel está suspenso. O Palmeiras estará em meio as semifinais da Libertadores contra o Galo. Sabendo o retrospecto recente de treinadores corinthianos demitidos após derrotas em Derbys, é bom que o técnico reveja sua conduta de insistir em ideias e jogadores que não vem funcionando.
Como diz Tite, "mentor" de Sylvinho, o campo fala! O campo fala que Sylvinho tem que ser mais flexível com suas ideias (que chegam a ser teimosias) pelo bem do Corinthians. Não vai adiantar ele ter um time melhor se ele não for capaz extrair o que ele pode entregar. Ou Sylvinho abre mão de algumas de suas convicções, ou o Corinthians vai abrir mão dele.
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