Já se passou um mês que um tsunami virou o Corinthians de cabeça pra baixo: a meteórica caminhada do técnico Cuca. E esse episódio atingiu em cheio um segmento, até então, o mais amado dentro do clube: a sua equipe vitoriosa de futebol feminino.
Tudo começou com a nota conjunta que o elenco e o técnico Arthur Elias postaram nas redes sociais um dia antes do jogo contra o Remo, pela Copa do Brasil - o último jogo de Cuca no comando do time masculino - e, desde então, a relação de grande parte da torcida, em particular as organizadas, com As Brabas se desgastou, a caminho do insustentável.
Nas redes sociais, o time feminino se tornou o grande culpado pela crise que o futebol masculino do clube está passando, com o xingamento de "lacradoras", transformando o cenário num show de machismo e preconceito. Detalhe: é o futebol feminino que tem conquistado os atuais títulos para o Corinthians!
No pós-jogo contra o Remo, nosso repórter Pedro Hernandes perguntou ao presidente do clube, Duílio Monteiro Alves, na zona mista, se tinha a possibilidade de um racha entre os elencos masculino e feminino após toda a polêmica; Duílio respondeu que era um só Corinthians e é impossível ter divisão entre as modalidades.
Eis que o ge, através da repórter Ana Canhedo e, Rodrigo Vessoni, do Meu Timão e um cara que respira Corinthians, publicaram em seus veículos algo que eu particularmente já suspeitava, tanto que lancei a pergunta ao Pedro naquela transmissão: o Caso Cuca provocou um racha entre os times masculino e feminino do Corinthians?
No Twitter, muitos torcedores corroboraram com a tese, dizendo que o masculino nunca apoiaram o feminino de verdade; que todos os encontros promovidos pelos dois times eram apenas estratégia de marketing. A realidade é que, vendo de fora, não existe mais aquele sentimento de companheirismo entre as modalidades desde quando Cuca foi contratado e isso é cada vez mais visível, principalmente nas arquibancadas. Eu estive em alguns jogos das Brabas in loco e a torcida corintiana em jogos do feminino é completamente diferente da torcida em jogos do masculino, mesmo com os gritos de guerra sendo os mesmos.
Começo a entender que não existe um só Corinthians; são vários dentro do clube (e isso acontece em todos os clubes de futebol do Brasil); que o tal #RespeitaAsMinas é mais da boca pra fora, do que algo concreto e que essa perseguição ao time feminino pode gerar um estrago sem precedentes dentro do clube, com o desmanche do elenco, o começo da fila de títulos e, apesar de muitos corintianos quererem o fim da modalidade, o Corinthians (e qualquer outro clube) precisa ter um time feminino, do contrário não pode disputar torneios CBF e Conmebol. Claro que isso é um desastre para um clube que hoje é referência no Brasil de gestão do futebol feminino; e o pior: é ano de eleição no clube e não temos a mínima ideia das propostas dos principais candidatos sobre o futebol feminino.
O grande culpado deste racha se chama Duílio Monteiro Alves, que não tem a menor capacidade de comandar um clube gigantesco como o Corinthians; sua péssima gestão vai causar estrago num dos maiores e mais bem sucedidos projetos do futebol feminino brasileiro e isso pode não ter conserto. Não tem um só Corinthians e, você, Duílio, junto com a Renovação & Transparência, é o principal responsável por isso. As Brabas não podem pagar pelo erro que não foi delas - foi seu! Caminha para ser o pior presidente da história do Corinthians e, infelizmente, não terá a capacidade de reverter este quadro.
Á equipe de futebol feminino do Corinthians, só resta trabalhar e aguardar os próximos capítulos desta novela, que dificilmente terá um final feliz.
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade dos seus autores, e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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