21 anos depois da última passagem pelo Parque São Jorge, Vanderlei Luxemburgo chega com missão de recuperar o Timão e sua própria reputação após os últimos trabalhos fracassarem
Vanderlei Luxemburgo está de volta. Sim, meus amigos e minhas amigas, o supercampeão das décadas de 90, 2000, 2010, o professor, político, empresário, polêmico, querido, contestado, dois anos após deixar o Cruzeiro numa conturbada 14ª colocação na Série B de 2021, foi escolhido pelo presidente Duílio Monteiro Alves como o novo técnico do Timão para o restante de 2023.
A escolha se deu após a saída conturbada de Cuca, em uma passagem relâmpago pelo Corinthians, que terminou depois da classificação na Copa do Brasil contra o Remo, após virem novamente à tona as acusações de estupro contra uma menor de idade na Suíça, em 1987, quando defendia o Grêmio.
Com Cuca, foram apenas uma vitória e uma derrota. Luxemburgo foi uma escolha a qual venceu entre as recusas de Tite em assumir o time, e a relutância da 'torcida' em aceitar o 'praticamente acertado' Roger Machado.
Ao dizer no início que Luxemburgo foi supercampeão entre as décadas de 1990 e 2010, não significa que este não venceu um título na década atual. Em 2020, durante a pandemia, comandando o Palmeiras - equipe pela qual conquistou títulos que o projetaram nacionalmente após o Bragantino de 1990 no Paulistão - conquistou o estadual nos pênaltis contra o próprio Corinthians, comandado então por Tiago Nunes. Luxa caiu dois meses depois do título, e então surgiu um tal de Abel Ferreira, que vocês sabem no que deu no bairro da Barra Funda.
Voltando ao assunto, após a década de 2010, foram surgindo novos nomes de técnicos pelo Brasil e pelo mundo, e Vanderlei apesar de toda a história de títulos, foi perdendo espaço. Foi caindo em desuso, com seus trabalhos mais recentes não empolgando como antes, e assim ele procurou se aventurar no mundo empresarial e na política.
Atualmente é sócio de uma empresa de sorvetes, e acionista majoritário de uma emissora afiliada com a Record TV no Tocantins. Nas últimas eleições, tinha a intenção de se lançar candidato ao senado pelo estado mais novo da federação, porém, foi retirado da disputa ainda na convenção do partido. E pouco acreditava-se que voltaria ao futebol e à prancheta após estas empreitadas empresariais e políticas.
Luxemburgo assim que chegou na última segunda-feira, 01, ao CT Joaquim Grava, já foi recebido pelo elenco e comandou um treino de preparação para o jogo desta terça-feira, no qual o Corinthians terá uma prova de fogo diante do Independiente Del Valle pela CONMEBOL Libertadores.
As duas equipes miram a sobrevivência e a classificação para as oitavas de final da competição, e Luxemburgo vem com a missão de pôr ordem na casa e levar o time ao mata-mata sul-americano, afastar o time do Z-4 do Brasileirão, e levá-lo mais longe na Copa do Brasil, onde conhece seu adversário nas oitavas de final também nesta terça-feira, às 13h.
Nesta terça (02), a partir das 21h, começa o terceiro capítulo da história de Vanderlei Luxemburgo no Parque São Jorge, e descobriremos se será triunfal como foram as anteriores nas quais Luxemburgo conquistou Brasileirão, Paulistão, e onde teve um trampolim para a Seleção Brasileira pós-Copa do Mundo de 1998. Até dezembro, seremos testemunhas oculares se essa história terá um final feliz, ou se termina antes daquilo que está previsto, mas quando se trata da atual gestão corinthiana - que termina no mesmo dezembro, tudo se espera, realmente tudo.
Vinte e um anos depois da última passagem, aguardemos se com Vanderlei à beira do gramado da Neo Quimica Arena, "Vai Corinthians" ou não. É o teste para o renascimento do "pojeto do pofexô", atualmente tão contestado e apontado como retrógrado recuperar a autoestima do corinthiano, e mostrar que ainda possui conhecimento para contribuir com o futebol brasileiro.
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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