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OPINIÃO: Como o marketing e a inflação afetam a NBA


Foto: Divulgação/Instagram @fchwpo.


As recentes renovações de Jaylen Brown e Anthony Davis quebraram recordes na liga e isso me acendeu um alerta: Como jogadores de suporte ao Franchise Player podem estar recebendo tanto? Isso não é nenhuma critica aos atletas, mas acredito que esse tipo de manobra trará severas mudanças em cap space.


Vivemos na era da Internet, onde qualquer jogador pode montar um vídeo de 10 minutos de super highlights tocando Eminem no fundo que se torna um craque. A facilidade de se consumir basquete, aliado a um bom editor de vídeos transformam um role player em franchise player com 3 clicks, ao caso de Jordan Poole, que após uma boa temporada virou um super craque devido aos recortes dos fãs.


Não estou dizendo que Brown e Davis são jogadores comuns, longe disso, inclusive entregam bastante, mas, ambos já estão ganhado mais que as estrelas de suas franquias, e levando em conta que JB tem uma média boa de pontos, não costuma ter clutch times tão bons e AD se lesiona demais, talvez se pague caro demais para atletas que terão impacto reduzido em relação a outros membros do elenco.


Reafirmo que são ótimos atletas, mas, estão pagando valor de franchise player para caras que só seriam "donos de franquia" em times sem uma estrela máxima, ou que estão na parte de baixo das conferencias.


O principal problema que isso pode acarretar é gerar super salários para os reais donos de franquia. Quando chegar a hora de renovar com Ja Morant, Nikola Jokic, Joel Embiid, Jayson Tatum, Giannis Antetokounmpo entre outras estrelas, vão exigir um salário ainda mais astronômico, acarretando em um maior uso da luxury tax ou até uma redistribuição de lucros.


Um argumento válido seria redistribuir os altos salários em bons role players, só que devido aos fenômenos midiáticos das redes sociais, os role players estão cada vez mais caros, seja por bons highlights ou piadas como Alex Carushow.


Um exemplo fortíssimo disso é do contrato de Jalen Brunson com o New York Knicks. Brunson fez boas temporadas pelo Mavericks, e com um bom "DVD" convenceu a franquia de Nova York a pagar 100 milhões para ele, o que tornou o jogador mais bem pago a jamais ter sido All Star.


O armador está indo bem com a franquia, mas é o principal exemplo de como um bom jogo de palavras, bons highlights e uma NBA altamente inflacionada que você consegue um contrato altamente vantajoso.


Seguindo na contra mão disso tudo, o Heat vem com uma proposta totalmente diferente. Apostando todas as suas fichas em Jimmy Butler e Bam Adebayo, montou um time de não draftados e jogadores em fim de carreira, uma estratégia ousada, já que deixa o jogo mais desigual quando não conta com suas estrelas em quadra.


O Heat apesar de ser finalista da NBA, fez uma péssima temporada regular, mostrando que a estratégia se desenvolve melhor em "tiro curto" como os playoffs. Apesar de quase ter ficado de fora da fase mata-mata, revelou bons nomes como Caleb Martin e Max Strus, além de ter dado mais rodagem para Tyler Herro.


Apesar de bons nomes, Strus e Martin não tem tanta qualidade para serem titulares em times que são contender a títulos, mas se provam bons role players, indicando que o Heat tem até fundamento, mas possuí poucos jogadores com nível de titular e muitos bons reservas caso o objetivo realmente seja o titulo.


Se por um lado a inflação ajuda a evitar formação de times absurdos como Heat de Lebron ou Golden State de Durant e Curry, prejudica a formação de equipes underdogs como foi o Sacramento Kings da temporada passada, ou dificulta o trabalho de franquias com um cara fora de série para montar um elenco competitivo, como é o exemplo de Dallas Mavericks e Luka Doncic.


A manobra porém, pode gerar um ressurgimento de franquias que estão capitalizando no Draft, como Magic, Rockets e Thunder ou de equipes que fizeram mercados muito bons e fora dos grandes centros, como o caso de Cavaliers, Pacers e Jazz, que ainda tem muito potencial para crescer nas próximas temporadas.


A tendencia para os próximos anos é que a liga seja dividida em duas frentes: Times que foram muito bem em draft vs Times com um ou dois super craques e um elenco de rotação não tão bom.


É claro que existe sempre a tendencia da liga expandir o teto salarial, aumentar a luxury tax, inventar meios que permitam grandes jogadores jogarem juntos, porque bons times vendem, e a NBA só cresce a cada ano, então existe uma possibilidade muito grande de que a liga se adeque a era dos super salários para os "robins".


Continuo achando que Celtics e Lakers poderiam ter ido com menos sede ao pote, e que muito provavelmente a liga irá se adaptar a esse tipo de modificação histórica. Vai ser interessante ver não só como os grandes jogadores vão reagir a esses mercados, mas também como os atletas de rotação vão exigir seus contratos.


É claro que obtivemos quedas brutais de valores quando Dennis Schroder exigiu 81 Milhões do Lakers e fechou com o Celtics por 6 Milhões, mas a predisposição para os próximos anos é oposta a isso.


Por fim, gostarei de ver não só os times que investiram em draft para voltar as glórias, mas também analisar como será feita a renovação dos contratos das estrelas selecionadas, já que a diferença salarial do primeiro para o segundo contrato é abismal.


Será muito interessante ver todo o novo desenrolar financeiro da liga. Acredito que agora realmente iremos entrar na era dos super salários e analisar como organização, jogadores, franquia e torcedores irão se adaptar para uma mudança tão impactante vai ser bastante intrigante.



*As opiniões aqui emitidas, são de total responsabilidade de seus autores, e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.

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