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Foto do escritorKaê Carneiro

OPINIÃO: Daniel Alves navega na permissividade do meio futebolístico

O Jogador Daniel Alves foi acusado, julgado e condenado por crime de estupro na Espanha. O ex-lateral de Barcelona e Seleção Brasileira recebeu pena de prisão pelo crime que cometeu.

Daniel Alves em seu julgamento no tribunal de Barcelona. Foto: (reprodução/Rede X/@DoentesPFutebol)

O julgamento durou três dias no tribunal de Barcelona e ficou decidido que o jogador deveria cumprir 4 anos e 6 meses de prisão. No entanto, a defesa de Daniel recorreu da sentença e entrou com um pedido para que o jogador aguarde em liberdade a sentença definitiva. O tribunal aceitou, mas submeteu o jogador a algumas condições: o pagamento de 1 milhão de euros de fiança, entregar seus passaportes, comparecer semanalmente ao tribunal e manter ao menos 1 km de distância da vítima.


O ponto principal de tudo isso é, apesar de todas as condições impostas ao jogador, isso só foi possível por conta de sua condição social, financeira e midiática. É uma completa tolice acreditar que o fato de Daniel Alves ser um ex-jogador de futebol, rico, que atuou a maior parte da carreira nos grandes palcos do esporte não contribuiu para que ele tivesse seu pedido endossado pelo tribunal catalão. O que faria uma pessoa que não dispõe de tal "status" social, que não pode comprar sua liberdade? A lei tem de ser igual para todos.


O pior, Daniel disse que irá recorrer ao pai de Neymar, que já disponibilizou 150 mil euros para indenizar a vítima em primeira instância, para obter o dinheiro para pagar a fiança. Ou seja, um futebolista famoso e bem sucedido recorrendo a outro mais famoso e bem sucedido ainda para acobertar o crime que cometeu. Essas pessoas, pelo poder midiático e influência que possuem, deveriam ser exemplos para a sociedade, para as crianças que os tem como ídolos.


Nós temos, cada vez mais, normalizado estas situações, a sociedade média dá respaldo para atletas famosos façam o que bem entenderem. Ninguém sofre consequências, ninguém recebe o mesmo tratamento que um cidadão comum receberia no lugar. Já chega, chega de tratar o futebol como "terra de ninguém", de respaldar atitudes machistas, racistas e homofóbicas em estádios. O esporte é também, o reflexo da sociedade, e a sociedade não pode aceitar coisas assim.



*A opinião aqui emitida é de total responsabilidade do autor e não necessariamente reflete a opinião do Dimensão Esportiva. 

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