Um dos clássicos mais divertidos da NFL, Bills e Dolphins se enfrentariam no Highmark Stadium com a promessa de reviver os tempos de Jim Kelly vs Dan Marino. Depois de anos no limbo, as duas equipes voltavam no auge, com bons elencos e um futebol americano que prometia sair faíscas.
De um lado o time mais divertido da NFL, que se tomar duas posses vence por quatro, com um ataque inventivo, plástico, cheio de alternativas, com uma das melhores duplas de wide reciver da liga, dois bons running backs e um quarterback em plena evolução.
Do outro, um time que gerou desconfiança após perder para o Jets de Zach Wilson, se recuperou ao amassar o pouco competitivo Raiders, e ao dominar por completo o surpreendente Washington Commanders. Mas, ainda faltava uma vitória definidora, aquela que realmente carimbaria o Bills como contender.
A espectativa para o jogo era de um filme de Quentin Tarantino em um campo de 100 jardas. Dois ataques muito velozes, mas um dos times tinha ao seu favor a segunda melhor defesa da liga, enquanto o outro tinha uma defesa que ainda não despertava confiança.
O 1o quarto foi que se esperava, trocação pura. Sem fair catch, sem touchbacks, retornadores buscando colocar seus "capitães" na melhor condição possível para conduzir os ataques a endzone adversária.
Os quarterbacks fizeram campanhas muito rápidas, com passes curtos e médios, com objetivo de explorar os espaços deixados pelos linebackers no meio do campo ou o jogo ruim dos cornerbacks de ambas as equipes.
E foi assim, com uma campanha com pouco mais de quatro minutos o Buffalo Bills abria o placar no Highmark Stadium.
E com um tempo próximo de campanha, se utilizando das mesmas táticas dos adversários, Tua Tugovailoa entregou a bola para De'Von Achane correr três jardas e empatar a partida em favor dos Dolphins.
Com mais uma campanha veloz, dessa vez de cinco minutos, o Bills entregava um placar de 14 a 7 com um minuto e dez segundos no relógio.
Os Dolphins se colocaram em uma boa posição pro segundo quarto, e com uma campanha de 3:23 minutos, empatava a partida novamente, e a partir desse ponto, o jogo para os Dolphins estaria basicamente terminado.
Bola de volta nas mãos de Josh Allen, que explorava o mesmo jogo que o fez marcar dois touchdowns no 1o quarto. O ataque continuava progredindo, mas já com certa dificuldade, porém, o 21-14 no placar mostrava que o camisa 17 era um dos jogadores mais decisivos da liga, e mesmo com um dive pouco brilhante, anotava o seu terceiro touchdown em 2 quartos.
Bola de volta ao ataque dos Dolphins, dessa vez sem ter a mesma efetividade. Os maneirismos que levaram a franquia da Flórida a dois touchdowns já não mais funcionavam. O poderoso pocket que protegia Tua, e permitia com que o camisa 1 lesse melhor as rotas e calculasse o melhor passe inexistia.
Leonard Floyd, Matt Milano, Greg Rosseau e DaQuan Jones, que antes mal chegavam perto de Tua, já conseguiam não só atrapalhar os seus passes como também leva-lo ao chão.
Enquanto os Dolphins tinham decidas desastrosas, Josh Allen fazia uma partida excepcional. Com o ataque se reestruturando, o pocket ficou mais forte e Allen podia processar melhor os seus passes. Fora isso, o bom James Cook fez um segundo tempo impecável, explorando janelas milimétricas abertas pela sua OL, que evoluirá demais com o passar do jogo.
O camisa 17 por sua vez, mudou sua estratégia de passe. Abandonando sua bola de segurança, Dalton Kincaid, Allen arriscou descidas verticais para rotas mais longas, acionando ainda mais Steffon Diggs e Gabe Davis. O resultado: +2 touchdowns para o genro do Gavião Arqueiro.
Pelos visitantes, um Tua que apesar de ler bem as blitz mandadas por Sean McDermott, tinha dificuldades em processar passes. Seu pocket caia mais rápido do que castelo de areia em agua a cada snap que se passava, e o inquietante maneirismo de lançar passes no meio do campo lhe rendeu uma interceptação.
Fora isso, a dificuldade exacerbada de encontrar Tyrek Hill e Jaleen Waddle no campo faziam Tua ter uma partida para se esquecer. E o pior daquilo tudo, é que o inicio do jogo parecia prospero para a franquia dos golfinhos.
Ainda assim, a péssima exibição ficou ainda mais arrastada quando Mike McDaniel começou a forçar inúmeras corridas em uma OL que não conseguia gera nenhum espaço para seus running Backs.
O resultado disso: Uma queda brusca nos números de, Raheem Mostert e De’Von Achane, que fizeram uma boa partida, que vai ser mascarada por estatísticas desleais geradas por péssimas chamadas ofensivas.
Pelos donos da casa, ainda deu tempo o brilhante Josh Allen realizar um touchdown terrestre e McDermott colocar os reservas em campo. Já os Dolphins, forçaram corridas e campanhas improdutivas com um Tua Tugovailoa bastante cansado e vazio.
Ao final da partida, os Bills mostram para os analistas que ainda tem muita lenha para queimar nessa temporada, que podem e devem jogar dominantemente, que são uma equipe de jogos grandes, que a defesa continua dominante mesmo sem Von Miller e principalmente que ainda são um time contender a Super Bowl.
Já o Dolphins repete o roteiro da temporada passada. Começa muito bem, encantando e no primeiro grande desafio faz uma partida ruim e inconstante. Falta casca para um time que é sim muito divertido, mas que não tem competência para vencer grandes jogos.
O destaque dos Bills obviamente é Josh Allen, que recoloca sua franquia no mapa de times fortes para ir á Las Vegas e trazer o primeiro superbowl a franquia do estado de Nova Iorque.
O destaque dos Dolphins fica para De’Von Achane, que fez uma boa primeira metade de jogo e garantiu dois touchdowns para sua equipe.
Os Bills enfrentam os Jaguars em Londres, buscando manter a boa fase, enquanto os Dolphins recebem o pouco ameaçador New York Giants, precisando vencer a franquia da grande maçã por um placar elástico e realizando um jogo bastante agradável ao telespectador, para que assim afaste a desconfiança e a critica.
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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