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Foto do escritorPedro Julião

OPINIÃO: Por que o maior campeão do mundo não consegue ser soberano no continente?

Atualizado: 15 de jul.

O Brasil conquistou 9 Copas Américas, enquanto Argentina e Uruguai têm 15 títulos. Considerando o desempenho da seleção brasileira de futebol nas últimas edições desta década, como a Copa América, os resultados têm sido motivo de desapontamento para os torcedores. Além dos próprios resultados, a insatisfação se estende às escolhas feitas pelos treinadores ao longo desse período para as listas de convocação. Quais jogadores poderiam ter feito a diferença e contribuído para um desempenho mais vitorioso da seleção nesta década?


SE LIGA NA LINHA DO TEMPO!


Copa América 2015 no Chile


Após o vexame na Copa do Mundo de 2014, com o histórico 7 a 1 na semifinal contra a Alemanha, a seleção brasileira, então sob o comando do velho conhecido Dunga, teve sua trajetória na Copa América de 2015 interrompida cedo demais. Ao longo do torneio, a equipe teve um desempenho considerado abaixo do esperado, com 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota em 4 jogos, marcando 5 gols e sofrendo 4 ao todo. No confronto decisivo das quartas de final contra o Paraguai, o tempo regulamentar terminou em 1 a 1, e a decisão foi para os pênaltis, o que resultou na eliminação do Brasil com a vitória do Paraguai por 4 a 3 nas penalidades.


A convocação de Dunga após a Copa do Mundo trouxe novidades como Éverton Ribeiro e Douglas Costa. Ambos foram chamados com a expectativa de renovação, porém acabaram se tornando os vilões, ambos desperdiçaram as cobranças de pênalti na derrota contra o Paraguai. Deixando de levar por exemplo um centroavante fixo, que na época contava com uma fase brilhante de Luiz Adriano, que tinha se transferido do Shakhtar Donetsk para o Milan.


Copa América Centenário 2016 nos Estados Unidos


A edição especial da Copa América em 2016 foi a primeira disputada fora da América do Sul e contou com seleções da CONCACAF. O Brasil teve sua pior campanha em anos na competição e sequer passou de fase. No grupo com Peru, Equador e Haiti, a seleção verde e amarela disputou 3 jogos, conquistando 1 vitória, 1 empate e sofrendo 1 derrota, com 7 gols marcados e apenas 2 sofridos. A derrota crucial veio contra o Peru, por 1 a 0, com gol nos últimos minutos do segundo tempo, na terceira e última rodada da fase de grupos, o que resultou na eliminação precoce.


Dunga convocou a dupla de ataque do Santos: Gabriel Barbosa e Ricardo Oliveira, e contou com a ausência de Neymar, que já estava pré-definida para permitir sua participação nas Olimpíadas. A surpresa ficou pela não convocação dos zagueiros David Luiz e Thiago Silva, além do lateral Marcelo, todos por opção do técnico.


Copa América 2019 no Brasil


Agora comandada pelo técnico Tite, a seleção brasileira voltou a conquistar a Copa América. Com uma campanha sólida e imponente, sofrendo apenas 1 gol em 6 jogos na competição, o destaque da campanha foi a goleada de 3 a 0 contra a Argentina na semifinal. As surpresas da lista foram Daniel Alves, Fernandinho e David Neres, sendo que este último ganhou a disputa pela vaga que tinha como concorrentes Vinicius Junior e Lucas Moura.


Os desfalques da convocação incluíram Neymar, por lesão, além da ausência surpreendente do volante Fabinho e dos atacantes do Flamengo que viviam uma fase extraordinária, Bruno Henrique e Gabigol, por opção do técnico.

 

Copa América 2021 no Brasil


Disputada durante a pandemia da Covid-19, a Copa América de 2021 teve um desfecho digno de filme de terror para o Brasil. A única derrota na edição veio justamente no jogo mais importante, no Maracanã, onde a Argentina conquistou a vitória por 1 a 0 e levantou a taça na casa do seu maior rival. Nos 7 jogos disputados, o Brasil teve 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota, marcando 12 gols e sofrendo apenas 3. Desta vez, jogadores como Casemiro e Neymar foram peças-chave.


Olhando para o futebol nacional, ficaram de fora o meia Claudinho, então no Red Bull Bragantino, além de Hulk e Gustavo Scarpa, que poderiam ter feito a diferença, apresentando uma variação maior de jogo.

 

Copa América 2024 nos Estados Unidos


A mais recente decepção na competição continental aconteceu nesta última semana. A era Tite chegou ao fim e, após passagens sem brilho de Ramon Menezes e Fernando Diniz, começou a era Dorival Junior. Com pouco tempo de teste, mas com vitória no amistoso contra a Inglaterra por 1 a 0 e empate em 3 a 3 com a Espanha, chegou à Copa América de 2024 não sendo considerado um dos favoritos, mas esperava-se que brigasse pelo título.


Com escalações e mudanças não animadoras no padrão de jogo, como por exemplo: seguir com dois volantes e mantendo os mesmos quando precisava do resultado, acabou sendo eliminado pelo Uruguai nas quartas de final. Após um empate sem gols no tempo regulamentar, a derrota veio nos pênaltis: 4 a 2 para os uruguaios, com Militão e Douglas Luiz desperdiçando os pênaltis da seleção.


Dorival Junior pecou na convocação, deixando de fora alguns jogadores que estão em boa fase, como o zagueiro Murillo (Nottingham Forest_ING), os meio-campistas Zé Rafael (Palmeiras) e Matheus Pereira (Cruzeiro), além dos atacantes Pedro (Flamengo) e Estevão (Palmeiras).


Conclusão


A seleção brasileira está sofrendo pelo que colocou o nosso futebol no topo do mundo: alegria e vontade de vestir a amarelinha. Podemos ter jogadores convocados que atuam nas grandes ligas do futebol mundial, como Premier League e La Liga, porém não podemos esquecer o que acontece aqui no nosso futebol.

Tem-se convocado jogadores que não chegam a ser utilizados um minuto sequer, enquanto outros ficam de fora da lista e poderiam ser peças mais versáteis para contribuir com a seleção.


Não adianta nossa seleção ser poliglota e se vestir com as maiores grifes do mundo, se eles não nos veem e não nos escutam.



*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.

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