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OPINIÃO: Quando OL's funcionam

Uma breve análise sobre o desempenho de Lamar Jackson e sua equipe na classificação às finais da AFC, mirando o grande Superbowl.

Os Ravens entravam em campo após uma semana de descanso enfrentando a maior sensação da AFC, mesmo assim, o favoritismo imperava no M&T Bank Stadium e todos esperavam um grande show de Lamar Jackson e seus comandados. A defesa começou voando, com muita pressão em cima de Stroud, verdadeiras paredes quando Devin Singletary tentava correr pelo meio, e um bom encurtamento de campo quando a corrida ou o passe encaixava.


Com uma tática muito inteligente, Mike Macdonald parece ter observado com atenção que os passes mais efetivos de Stroud buscavam sempre o fundo do campo em profundidade, as vezes com Nico Collins e na maioria dos casos com Dalton Schultz. Collins foi reduzido a screens, passes laterais ou bolas curtas no meio do campo, todas com um CB bem posicionado para impedir que o mesmo avançasse para jardas pós recepção, limitando sua participação no jogo.


Já Schultz talvez tenha sido o mais prejudicado com a marcação "cerrada" de Macdonald. Sempre bem coberto por um Safety, passou o jogo todo encaixotado, e as recepções que tinha era imediatas, não conseguindo explorar sua vantagem física. Se na defesa as coisas funcionavam as mil maravilhas, o ataque apesar de ter pontuado duas vezes, era lento e era lotado de problemas e buracos.


O ataque era evidentemente unilateral, o pocket não se sustentava e nem gerava espaço para o Lamar correr de maneira segura. O lado esquerdo foi uma completa avenida e todos os passes ou Scrambles eram logicamente forçados ao lado direito o que deixou o ataque previsível.


Abrir espaço pelo meio? Nem pensar, quase todas as corridas foram improdutivas e o Ravens era dependente de lances de genialidade de Lamar Jackson para conseguir alguns first downs. Isaiah Likely, um dos bons alvos de Jackson durante a temporada regular, foi reduzido a um mero bloqueador porque como dito anteriormente, o lado esquerdo era simplesmente uma cratera, e qualquer Linebacker passava por ali com muita facilidade.


O jogo ia para o intervalo com 10x10 e a resposta para a vitória desse embate era básica: O time que melhor acertar seu ataque, vai pro Championship Game.Todd Monken e John Harbaugh então conseguiram com finos ajustes mudar a OL de qualidade dentro do jogo, liberar Likely para a recepção e mesmo sem conseguir jardas pós passe, conseguiram encaixar uma boa sequência de passes 10+ jardas ou muito próximos a linha de first down.


De repente, as Screens encaixaram, os espaços pelo meio da linha começaram a surgir, os Scrambles geravam primeiras para 10, os passes eram feitos com mais calma e melhor qualidade, e o Ravens foi avançando. Em um misto de boas corridas com excelentes passes, o 17-10 imperou no placar com muita velocidade no terceiro quarto e após o three-and-out dos Texans, com muita calma e paciência, a equipe foi consumindo bastante relógio para que no inicio do último quarto já conseguissem anotar mais um TD.


A defesa continuou jogando muito, enquanto os Texans já aceitavam o destino que não daria para seguir na pós-temporada. Quando a bola retornou, mais um TD, dessa vez o definitivo, que sacramentava fim de jogo e coroava Lamar Jackson como o cara desse jogo. Ainda daria tempo para mais um field goal, mas a partida se encerraria com Jackson tendo: 2 TDs passados, 2 TDs corridos, 152 jardas aéreas e 100 jardas terrestres. Um verdadeiro baile da melhor dupla ameaça da liga.


Justice Hill e Gus Edwards também foram jogadores de extremo destaque, já que quando não conseguiam avanços por corrida, serviam para distrair a defesa em Motions, Screen Pass ou corridas do próprio Lamar. Teve espaço até para Dalvin Cook entrar nos últimos snaps, gastar algum cronometro e conseguir algumas jardas com muita explosão, lembrando até os tempos de Vikings e um ou dois snaps. Entre os recebedores, o rookie Zay Flowers leva um bom destaque, com uma excelente média de 10,2 jardas por passe, porém, os TDs foram anotados pela dupla Likely e Agholor.


Para os Texans, só resta orgulho. Com um QB e um HC novatos, fizeram uma campanha incrível e acima da crítica, principalmente por terem batido o experiente Doug Pederson e até então melhor QB da divisão Trevor Lawrence. Ajustes precisam ser feitos, mas o futuro de Houston é extremamente animador.


Para o Ravens, comemorar a primeira vitória em casa nos Playoffs em muito tempo, se preparar para o Championship game e provar para o mundo que são o melhor time da liga hoje. Lamar Jackson dispara como MVP, pode garantir seu primeiro Lombardi e se continuar nesse ritmo, pelo menos para mim, já pode se colocar na discussão ao lado de Josh Allen e Patrick Mahomes. Os Ravens vão agora curtir essa vitória por um dia e depois iniciar os trabalhos buscando o retorno ao SB após mais de uma decada, tendo pela frente uma pedreira, independente de ser Bills ou Chiefs.

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