“Red Bull te dá aaaaasaaaas!”... quem nunca cantarolou esse famoso slogan quando passa na televisão? Eu, muitas vezes. A gente sabe quando uma campanha publicitária dá certo quando ela tem uma boa sacada e se torna popular, e essa popularidade os publicitários aproveitam para surfar até o sucesso desaparecer.
Pois bem, o marketing da Red Bull funcionou e ainda funciona por mais de 30 anos no energético, porém, essa mesma sacada passa longe da administração das equipes esportivas que ela possui no Brasil. Recentemente, a marca austríaca comprou briga com a página do twitter “Central do Braga”, pertencente a um torcedor do Red Bull Bragantino e que pela sua irreverência, conseguiu atrair os olhos da internet para a equipe de Bragança Paulista, alegando estar “se usurpando” dos canais oficiais do time para autopromoção, fazendo com que a página saísse do ar.
O que a Red Bull não contava, é que a saída do ar da página gerou comoção nos amantes de futebol no twitter e gerou uma onda de defesa ao dono da Central e “hate” (gíria virtual para ódio) a empresa dona do Bragantino pela atitude. Apesar da onda, a Red Bull publicou em sua página no twitter uma clara indireta a página de humor, afirmando ser a página oficial do clube e que não aceitariam “cópias”, provocando mais uma vez, a ira dos amantes de futebol ao clube, que fechou as respostas para que não houvesse mais nenhuma repercussão negativa.
Ok, a Red Bull pode ter as suas razões para requerer o uso da sua marca e do patrimônio do clube do qual ela é dona, porém, para um período da publicidade onde muitas marcas tradicionais se aliam a influenciadores digitais para angariar o público das redes sociais, em sua maioria jovens, em seu favor, a atitude da multinacional mostrou o quanto o marketing do clube não tomou a quantidade suficiente do energético para conseguir asas para voar além do alcance de público que pode chegar, principalmente se tratando de um time de futebol que joga a Série A do Campeonato Brasileiro e que possui uma carreira iniciante, que pode angariar muitas glórias ao Massa Bruta e conquistar futuros torcedores pelo país.
O Central do Braga, pelo seu humor característico, conseguiu a mídia que a Red Bull queria para o Bragantino se manter grande perante aos tradicionais clubes, como Flamengo, Palmeiras, entre outros. Mas, ao invés de aproveitar a popularidade da página e a simpatia de seus seguidores para promover o clube, promove uma aula de como NÃO fazer publicidade a uma empresa que está engatinhando no ramo, como a multinacional no futebol. Quantos clubes possuem suas “centrais”, usando o escudo do clube, a imagem de seus jogadores e ganham benesses dos mesmos por promover ainda mais os times para um público que podem vir a ser, ou já são, torcedores dos clubes de uma maneira mais engraçada?
Um belo exemplo é a página “Corinthians ao contrário”, também do twitter, que promoveu uma disputa de personagens satirizando o ex-jogador corintiano Emerson Sheik, que ganhou uma enorme adesão a um dos personagens, até mesmo da página oficial do Corinthians e até mesmo de influenciadores do próprio clube e até mesmo dos rivais, dentro e fora de São Paulo.
Muitos erros poderiam ter sido evitados se houvesse o mínimo de bom senso e criatividade da marca, principalmente em um projeto genial que é o comando da Red Bull no Bragantino se houvesse uma comissão que realmente se preocupasse com a mídia que o clube pode receber externamente. Mais importante que a relação Clube-Imprensa, é a relação Clube-Torcedor-Público externo, que na minha visão pesa muito mais.
Atitudes pensadas com o estômago, como a feita com o Central do Braga, além de prejudicar a imagem da empresa e do clube, podem puxar para trás e levar ao abismo todo o esforço dado para promover a Red Bull como potência no futebol brasileiro a esse mesmo público, pois uma empresa não se sustenta por si, mas sim com a presença de quem precisa dela. É preciso que haja uma atitude que repare todo o erro feito com o mero torcedor do Bragantino e o público que o acompanha, pois se não, o clube dá um tiro no próprio pé, ou melhor, na própria asa.
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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