Há tempos a NBA encontra bons nomes de fora dos EUA, mas talvez essa geração seja a que melhor espelha isso
O atual MVP da liga Nikola Jokic, em ação pela seleção da Sérvia. Foto: reprodução/Twitter Denver Nuggets.
Que os americanos são os melhores no basquete, isso não temos dúvida. Mas que os estrangeiros sempre são bem representados é um fato, e essa geração atual mostra com clareza esse ponto. Ontem, 8 de junho, Nikola Jokic foi eleito melhor jogador da NBA de maneira inédita na carreira. Essa é apenas a segunda vez na história que por três anos consecutivos um “não americano” ganha o prêmio de MVP (Moste Valuable Player) dado ao jogar mais valioso da temporada. A primeira foi em 2004/07 com Steve Nash (canadense) duas vezes seguidas, e Dirk Nowitzki (alemão). E agora com Giannis Antetokounmpo (grego) duas vezes seguidas e Nikola Jokic (sérvio), mostrando a força dos gringos na melhor liga de basquete do mundo.
Se não bastasse o fato do MVP, o jogador defensivo do ano também está sendo dominado por jogadores de fora dos Estados Unidos, desde 2017 um americano não ganha esse título, Rudy Gobert (francês) ganhou dois anos seguidos, Antetokounmpo ganhou em 2020 e o prêmio de 2021 está entre Ben Simmons (australiano) e o Francês dessa lista.
Além de prêmios individuais o próprio futuro da liga caminha para ficar nas mãos desses jogadores, Luka Doncic que é um jovem esloveno é o maior candidato para carregar a NBA nos próximos anos, e apesar da pouca idade já entra na conversa dos maiores gringos da história, os nomes citados acima como atuais MVPs também tem um ótimo futuro previsto.
Em relação a seleções, os EUA não precisa se preocupar, visto que a questão numérica, por ordem natural, é dominada pelos norte-americanos. Porém a questão qualidade pode ser um grande diferencial falando de liga local. E vale lembrar que alguns nomes que vestiram a camisa da seleção não nasceram de fato nos Estados Unidos, como: Tim Duncan, Ilhas Virgens. Patrick Ewing, Jamaica. E atualmente Kyrie Irving, Austrália. São esses alguns dos bons nomes de jogadores naturalizados.
Outra coisa importante de ressaltar é que isso não se trata apenas dessa atual geração. O Chicago Bulls de Michael Jordan, por exemplo, tinha Toni Kukoc croata que jogava um excelente basquete e era importante naquele elenco que dominou a NBA nos anos 90. Tem também Steve Nash que é considerado um dos melhores armadores da liga, e seu talento foi reverenciado por anos. Dikembe Mutombo, Yao Ming, Ginóbili, são alguns outros nomes a serem lembrados.
Falar em nomes do passado é complicado, poderíamos perder um bom tempo aqui, mas esse não é o assunto principal. O que importa de verdade é a quantidade de gringos e a dominação que eles vem tendo na NBA atual, a liga americana vem sendo invadida por talentos de todo o mundo e se não abrir o olho pode ser - e não tem problema nenhum nisso, pelo menos não para nós “não americanos” - um caminho sem volta.
O basquete americano seguirá sendo o melhor do mundo por muitos anos, mas o americano nos próximos anos pode não ser o melhor a jogar esse incrível jogo que ano após ano vem evoluindo e se globalizando cada vez mais.
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