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Análise: por que acreditar no Hexa do Brasil em 2022?

Mesmo com diversos recordes batidos e campanha histórica nas Eliminatórias, a Seleção comandada por Tite ainda é vista com desconfiança para a Copa do Qatar


Quando se trata de Copa do Mundo, não existe ninguém melhor para falar do que a seleção canarinho, maior campeã da historia da competição com 5 títulos (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e única seleção que jogou todas as 22 edições. O favoritismo brasileiro sempre foi algo corriqueiro em ano de Copa, no Brasil e no mundo inteiro. Porém, especialmente depois das duas ultimas edições disputadas, foi criado um clima em que parte da torcida brasileira questiona se a Seleção realmente possui poderio para bater de frente contra seleções como Alemanha, França, Espanha, Inglaterra, entre outras.


Isso se dá por conta da precoce eliminação para a Bélgica nas quartas de final da Copa na Rússia, em 2018, e principalmente pela trágica goleada sofrida em pleno Mineirão, em 2018, por 7x1 para a Alemanha, na semifinal daquela edição. Nem mesmo o título da Copa América em 2019 ou a campanha histórica feita na ultima eliminatória sul-americana, em que o Brasil saiu invicto, foram capazes de amenizar o sentimento de ''medo'' criado pelos torcedores, que temem ver uma postura acolhida ou medrosa contra seleções europeias.


O alto nível em um esporte como o futebol é algo cobrado quase que a todo minuto pelo torcedor, que exige minimamente uma postura condizente com o tamanho da instituição. Não existe seleção maior que o Brasil, o que praticamente dobra a cobrança em cima de resultados expressivos, principalmente quando falamos de Copa do Mundo; sendo assim, é necessário medir quando extrapolamos e quando realmente devemos cobrar vontade, raça e resultados.


Hoje a Seleção conta com diversos nomes de peso. como Neymar, Casemiro, Thiago Silva, Marquinhos, Alisson, Daniel Alves, que dividem a pressão que é colocada sobre o elenco, e que, acima de tudo, já vivenciaram eliminações e derrotas dolorosas com a camisa canarinho. A mais recente delas foi a derrota de 1x0 em pleno Maracanã para a Argentina de Lionel Messi, na final da Copa América de 2021. Mas o que mais se criticou nessa partida foi a volta da antiga ''Neymar dependência'', termo que assombra a Seleção há alguns anos, e que basicamente se referia ao estilo de jogo do Brasil, dependente de jogadas individuais sempre criadas pelo camisa 10, sem uma progressão coletiva durante a partida. Após a derrota na final, muito se foi dito sobre como Tite pretendia quebrar tal legado de dependência e fazer a equipe jogar não só em prol do craque do Paris Saint-Germain, e sim armando uma criação coletiva que envolvesse os adversários.


Após essa especifica derrota, o que espantou a todos foi uma significativa mudança de postura dos jogadores, treinador e comissão técnica nos jogos seguintes pelas Eliminatórias. Foram 11 partidas disputadas desde o fim da Copa América de 2021, sendo eles três empates e oito vitórias, com direito a quatro goleadas, sobre Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. Mas o que realmente mudou foi a ''divisão de tarefas'' dentro da equipe de Adenor Bachi, que passou a jogar muito mais coletivamente e sem depender 100% de Neymar, e que viu estrelas promissoras como Vinícius Junior, Raphinha, Antony e Lucas Paquetá dividirem o peso no ataque/meio-campo da amarelinha.


Tais mudanças eram extremamente necessárias e ocorreram no momento certo, de preparação para a competição mais importante entre seleções, já que, além de ter um grande jogador com as características de Neymar, a Seleção precisa saber como lidar com a sua ausência e ou com jogos que ele não poderá contribuir tanto, seja por conta de uma marcação mais forte por parte do adversário ou por uma má jornada do craque.


Outro fator que incomoda a torcida brasileira é a falta de jogos contra outras seleções do “velho continente“ no período preparatório para a Copa do Mundo desse ano. Foi feita apenas uma partida do fim de 2018 para cá, um amistoso contra a Tchéquia, em 2019, que acabou com vitória do Brasil por 3x1. Em todos os 5 títulos mundiais, a Seleção jogou ao menos 6 partidas preparatórias contra os europeus antes do início da Copa. Por outro lado, o único ano em que a seleção também jogou apenas um amistoso contra uma seleção europeia antes da Copa foi em 1950, quando o Brasil não havia conseguido nem seu 1º título.


Tal fator é usado como argumento por alguns torcedores que dizem que o Brasil precisa desses amistosos para “testar” sua verdadeira força, que, segundo eles, não pode ser baseada em jogos contra as “fracas” seleções sul-americanas. No entanto, ao analisarmos as Eliminatórias da Europa, seleções como França e Portugal, tidas como mais fortes que o Brasil, sofreram contra equipes como Ucrânia, Bósnia, Sérvia e Irlanda do Norte, que, teoricamente, são mais fracas, para conseguirem a tão sonhada classificação para a Copa do Mundo no Qatar.


É claro que existe aquele torcedor que, independentemente do que for dito, ainda vai criticar e afirmar que o Brasil de Tite não está pronto e tem muito a aprender com as seleções da Europa. Para esse torcedor, as seleções de fora do resto do mundo não possuem tantas chances em partidas contra jogadores do citado continente.


Toda opinião é válida, mas sejamos realistas: o Brasil é favorito em toda Copa que joga, por conta de carregar o peso de ter a camisa mais pesada entre todas as seleções existentes. Existem jogadores na amarelinha com características que podem decidir partidas independente do nível, seja ele sul-americano ou europeu. Sendo assim, é possível acreditar, e o torcedor deve incentivar a nova geração que vem sendo formada dentro do plantel brasileiro, pois com essa mentalidade, o Hexa pode sim se tornar uma realidade.

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