Expedito Selton venceu a tuberculose e retomou o futebol no ASA de Arapiraca
Foto: arquivo pessoal
Uma coisa que não falta no esporte são histórias de superação. Pessoas que conseguiram driblas as mais diversas dificuldades para poder fazer o que mais amam. Em alguns casos, os esportistas driblaram a morte. Como é a história de Expedito Selton, que enfrentou a Tuberculose.
Nascido em 18 de outubro de 2000, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, Expedito criou o desejo de virar jogador vendo o seu pai jogar:
"Com 8, 9 anos, acompanhava muito meu pai no futebol amador, até então só uma diversão, até porque, por conta da idade, ainda não tinha tanto esse foco de vivem do futebol. Mas, em 2012, fiquei sabendo do projeto que o doutor Jean estava iniciando chamado Futebol, Saúde e Cidadania. Comecei a participar do projeto e logo comecei a focar em me tornar jogador" - disse Expedito.
O projeto foi decisivo para Expedito partir para a carreira de jogador. Após o fim do projeto, em 2015, o Doutor Jean o levou para outro projeto, em Arapiraca, Alagoas, onde ele se destacou e chamou atenção do CSA, que o chamou para fazer testes:
"Foram três dias de testes. No primeiro eu fui com o rapaz que me chamou, nos outros dois, minha mãe entrou em ação. Ela falou conseguiu uma vaga para nós no carro da prefeitura que levava as pessoas para fazer exames em Maceió. A gente tinha que sair as 4 horas da manhã. Depois disso, o treinador me avisou que eu havia passado nos teste". Foi em 2017, aos 16 anos, com três meses morando em Maceió, treinando no sub-20 do CSA, que veio o diagnóstico: "Passei uns dias tossindo, minha mãe se preocupou e eu fui no médico. Pouco tempo depois, veio o diagnóstico: Tuberculose. Logo me isolaram e eu comecei o tratamento, eu ainda sem entender direito a gravidade da doença, mas vendo a expressão de preocupação da minha mãe, aí foi um abalo muito grande" - contou Expedito. Expedito destacou a importância da família e do médico Jean no seu tratamento: "voltei pra Taquarana, cidade onde eu cresci, pra fazer o tratamento. Minha mãe, minha família me apoiavam o tempo todo" Depois dos 6 meses do tratamento, veio uma nova chance: "Passou os 6 meses de tratamento, eu já estava apto a voltar a jogar, o Doutor Jean conseguiu pra mim uma oportunidade no ASA de Arapiraca. Passei no teste e fiquei no sub-20 do ASA entre 2018 e 2020. Chegou 2021, fui promovido ao time principal".
Foto: arquivo pessoal
Além da doença, Expedito sofreu outros duros golpes, que foram as perda da sua mãe, em 2019, e da avó, em 2020: "Foi muito difícil pra mim. Eu não desisti da minha carreira porque, depois de tudo que eu fiz e tudo que minha mãe fez por mim, eu não podia parar. Isso foi um incentivo pra eu não parar. Quando minha vó se foi, sofri outro baque, também teve esse desanimo, mas segui e cheguei ao profissional do ASA em 2021".
Sobre o retorno aos gramados, Expedito garantiu não carregar nenhuma sequela pela doença, pois fez o tratamento corretamente: "Só perdi um pouco da parte física, mas isso foi pelo tempo parado mesmo, logo que voltei aos treinamentos já consegui retomar".
A história de Expedito lembra, um pouco, a história de Thiago Silva. Zagueiro da Seleção Brasileira nas últimas três Copas do Mundo, Thiago teve tuberculose quando jogava no Dínamo Moscou, da Rússia. O caso do capitão da Seleção foi uma motivação a mais para Expedito: "O próprio Doutor Jean indicou, durante meu tratamento, que eu pesquisasse a história dele, até por ter sido a mesma doença e tudo. Ele superou, hoje tá aí, jogando em alto nível, então me deu um animo a mais a história dele".
Thiago Silva no Chelsea. Reprodução: Twitter/@ChelseaFC
Além do Thiago Silva, o jovem defensor tem outra grande inspiração: "Me inspiro muito no Cristiano Ronaldo, na parte da dedicação dele. Isso é uma coisa que eu busco trazer pra mim, sempre trabalhar mais, pois quanto mais eu trabalhar, mais eu vou evoluir. Então essa é uma característica que me chama atenção e eu tento ter também!".
Pensando no futuro, Expedito quer ajudar o ASA nas disputas do Campeonato Alagoano e da Série D, mas também pensa em trilhar um caminho brilhante: "Eu pretendo ajudar muito o ASA, pra que a gente possa colocar a equipe no lugar dela, 'lá em cima', mas também quero me desenvolver e ter oportunidades até no exterior, que é uma meta minha".
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