top of page

Os motivos da derrota sufocante do Brasil na final do Mundial de Vôlei.

Neste sábado (15) de outubro tivemos mais uma final de Mundial de Vôlei Feminino para a nossa seleção brasileira, o torneio que aconteceu na Holanda e Polônia recebeu um público massivo para ver uma rápida vitória de 3 a 0 da Sérvia sobre as brasileiras, que amarguraram o quarto vice na competição.





Para os mais otimistas, essa final poderia marcar uma nova alavancada no voleibol nacional, a seleção estava passando por mudanças no elenco pós-olimpíadas e tinha a oportunidade de fazer história ao conquistar o primeiro mundial da história do país na modalidade. O grande desafio seria encarar o melhor vôlei feminino do mundo na atualidade, o da Sérvia.


A seleção comandada por Danielle Santarelli está fazendo vítimas atrás de vítimas nas quadras mundiais, e nessa edição não diferiu, a equipe venceu todos os 12 jogos que disputou, sendo 9 perfeitos (não sofreram nenhum set), além de um elenco de luxo.




O Brasil, no que lhe concerne, encantou a todos com sua habilidade demonstrada no torneio, a seleção que nunca colocou a mão na taça estava, literalmente, feliz da vida com um vôlei alegre e envolvente. E foi nessa alegria em que as adversárias que encaravam a seleção verde e amarela foram ficando para trás.


Uma aula de resiliência nas quartas contra o Japão, virando um 0-2 para 3-2, e principalmente, contra a Itália nas semi-finais, em que dominou a rede e garantiu o lugar na final da competição. O Brasil, que já havia enfrentado a Sérvia há 1 ano nas olimpíadas e vencido, agora tinha uma versão melhorada das adversárias para encarar.


Set 1


O primeiro set da final pode até enganar a quem observa o 26x24 para a Sérvia e acreditar que realmente havia um equilíbrio em quadra. Mas a proposta das europeias eram a de um jogo agressivo, demorou a encaixar e ocasionava em muitos erros e pontos de graça as adversárias. O Brasil, jogou um jogo passivo e errou pouquíssimo (2 erros no set), mesmo assim, foi extremamente punido por uma jogadora chave, a levantadora sérvia Drca Bojana que travou a bola de maior segurança do Brasil, a ponteira.

Com a Bojana levantando bem, e principalmente, subindo forte para o bloqueio, anulava os ataques diretos brasileiros, que cada vez mais saiam fracos e desajustados. E enquanto o Brasil sobrevivia as pancadas e cortes velozes da Sérvia, o ataque só se sustentava na base de largadinhas ou bolas que iam de frente com a muralha de bloqueia na rede servia. Dessa maneira, as brasileiras cansavam e lutavam muito mais para cada ponto, que rapidamente as adversárias conquistavam novamente e tiravam a vantagem para vencer o primeiro período.


Set 2


A estrela de Santarelli, técnico da seleção sérvia, começou a brilhar no segundo período, o homem que hoje tem o título de melhor treinador do mundo fez mudanças cruciais que fizeram do segundo set um período mais tranquilo para a vitória da Sérvia. Se as brasileiras já não tinham as pontas da rede, agora a mudança das europeias era destruir o meio de rede.




O duelo mais bonito da partida foi exatamente nesse momento em que ambas as equipes subiram suas centrais para um confronto sincero entre bloqueios e cortes rápidos pelo meio de rede. Pelo Brasil, Carol Gattaz e Ana Carolina somaram 7 pontos (4 bloqueios), e pelo lado da Sérvia, Stevanovic e Popovic fizeram 9 pontos (3 bloqueios e 2 aces).


Depois de tanta disputa, a aposta do Brasil em errar pouco (2 erros apenas) gerou novamente a passividade que prejudicava na hora de converter em pontos, a Sérvia recebia ataques mais fracos e fáceis de encaixar, enquanto devolviam pancadas de mais de 90 km/h de sua máquina mortal pela saída de rede, Boškovic Tijana. Final de set: Brasil 22x25 Sérvia.


Set 3


É quase impossível falar de alguma partida da Sérvia, ou até mesmo do vôlei mundial, sem falar da melhor jogadora do mundo na atualidade, Boškovic é quase que uma força da natureza, imparável em quadra. Mesmo com dois primeiros sets's discretos (para o padrão dela), a capitã da seleção sérvia brincou com a seleção brasileira no terceiro período.







O set mais desequilibrado infelizmente para as sul-americanas, foi logo o de menor esforço para a Sérvia, ao lado oposto da levantadora Borjana que se encontravam a máquina de converter pontos. Boškovic travou duelos com a Gabi, Rosamaria e até mesmo com a fortíssima bloqueadora Ana Carolina, venceu quase todos.


Uma seleção tão forte defensivamente, porém tão fraca ofensivamente como a do Brasil, viu a sua estratégia em quadra se desmontar como um castelo de cartas. A mudança tática do técnico brasileiro José Roberto Guimarães era a mesma adotada para travar a seleção italiana na semi: bloqueio triplo na oposta.


E foi exatamente assim, explorando um triplo bloqueio brasileiro, que Boškovic fez seu 9 ponto no set (24 no total do jogo) e consagrou sua seleção mais uma vez campeã mundial de vôlei feminino e deixando o quarto vice campeonato para as meninas de verde e amarelo. Final de set: Brasil 17x25 Sérvia.




Com uma levantadora, técnico, oposta melhores na final por parte da Sérvia, foi até simples explicar o 3 a 0, mas a seleção brasileira mostrou grandes atributos no mundial. Uma equipe muito forte na defesa e que, com ajustes no ataque, se torna uma seleção mais letal do que já é.


Vale lembrar que as mulheres do vôlei canarinho também levaram a prata nos Jogos Olímpicos e reformularam o elenco para um novo ciclo de competições internacionais, esse Mundial já nos dão uma boa perspectiva para os próximos grandes desafios e principalmente, nos mostra que ainda há muito trabalho para alcançarmos as melhores do mundo.





Comments


bottom of page