O caso de Eduardo Bauermann mostra que a situação se tornou mais delicada nesses tempos que as pessoas veem de ganhar dinheiro fácil
Foto: Raul Baretta/Santos FC
Com a segunda fase da operação "Penalidade Máxima", que o Ministério Público de Goiás iniciou após a denúncia do presidente do Vila Nova e policial militar, Hugo Jorge Bravo, sobre manipulação de várias partidas de futebol durante a temporada 2022 no Brasil, chegou a vez de Eduardo Bauermann, do Santos, se tornar um dos réus. Mas afinal, onde vai parar tudo isso?
Segundo as conversas de Bauermann com um dos apostadores que foram divulgadas pelo "GE", o atleta foi até mesmo ameaçado de morte após não sofrer um cartão amarelo no duelo contra o Botafogo, pelo Brasileirão da Série A 2022.
No entanto, não é somente Bauermann que está envolvido nesse jogo ilegal e que resulta em vários problemas na carreira dos atletas. Victor Ramos, Paulo Miranda, Kevin, Igor Cariús e Gabriel Tota são outros exemplos de que caíram na lábia dessas pessoas.
Vamos tentar entender essa situação toda...
Parece algo complexo para um leigo, porém é bem simples de entender. Vamos lá: o apostador - que tem um grupo com outras pessoas com a mesma índole e intenção - entra em contato com o atleta via empresário, ou se não, por redes sociais, para oferecer um valor (em muitos casos chegando à milhões), com a proposta do jogador sofrer cartão, marcar gol, cometer pênalti ou algo do tipo. Além disso, é realizado o pagamento de certa porcentagem antes mesmo do confronto.
O problema de tudo isso é que as casas de apostas também se tornam escravas dessas pessoas. Os jogadores, que pensam mais no dinheiro do que na carreira, na família, e que isso tudo pode resultar em vários problemas, se tornam isca. E quem sai feliz disso tudo? Justamente os apostadores, que se aproveitam para faturar milhões de maneira "fácil" e rápida.
E onde vai chegar tudo isso?
A resposta pode ser dividida em três, sendo uma para pessoas físicas, como a sociedade de maneira geral; a que envolve os jogadores envolvidos e a dos próprios clubes; e por fim, as pessoas que se aproveitam disso.
Sobre a pessoa física, o mundo das apostas cresceu de forma gigantesca nos últimos anos, principalmente por ser uma maneira simples de ganhar um valor altíssimo. Porém, o risco da pessoa se complicar financeiramente é grande e fica igual na mesma balança. Afinal, se a pessoa ganha valor X, que é considerado alto, vai querer mais, mais e mais, até que perca tudo e se endivide, buscando recuperar o primeiro valor apostado.
No âmbito dos clubes e jogadores, o maior desafio é os clubes, de forma interna, analisar todo e qualquer tipo de suspeita de manipulação dos resultados. Poderia ser pensado treinamentos psicológicos realizados pelas equipes para que, de alguma maneira, os atletas ficassem cientes e entendessem o prejuízo que pode ser causado para os cofres do jogador, afetando inclusive a carreira do mesmo.
Por fim, mas não menos importante, envolve as pessoas que praticam essas apostas. Com uma possível regulamentação das casas de apostas - que por sinal, demorou demais já para acontecer - os apostadores poderiam ter mais dificuldades, e com a lei em cima do lance, a situação poderia resultar em problemas jurídicos maiores.
*As opiniões aqui emitidas são de total responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem a opinião do Dimensão Esportiva.
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